terça-feira, 5 de abril de 2011

Minha pequena

A vontade do abraço se faz presente em cada falta de abraço. A mão enrolado o cabelo desperta a vontade do cafuné de fim de tarde. Mãos pequenas, finas, frias. Olhos fundos das insônias sonolentas. Lágrimas sujas dos outros amores que insistes em não esquecer.  Deita-te em meu colo. Me deixa escorregar meus dedos por entre teus cabelos lisos e te ouvir reclamar do cheiro dos cigarros ansiosos que tornavam menos angustiantes a tua ausência.
                Quero te fazer sorrir mais uma vez de minhas histórias quase reais que mais pareciam piadas. Te ver implorando aos prantos pra parar de falar, pois a tua barriga doía de tanto rir. Te fazer cócegas até amanhecer e dormir quando já estava morto de cansaço. Eu olhava teu rosto de menina de louça e sabia que em pouco tempo essa distância que há hoje se faria presente por longo tempo. Estava certo.
             Foi bom ouvir tua voz em minha casa. Saber que mesmo com informações totalmente contrárias nos encontramos no mesmo lugar. Tua “vozinha” chata entupiu de alegria as artérias de meu magro corpo. Saudade dessa pequena. Saudade de minha pequena.