segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Cachoeira, 24 de setembro de 2008

A fumaça escura que deixa meus dedos fedorentos e amarelados penetra por minha boca até meus pulmões e me faz prender a respiração por alguns segundos proporciona-me tranqüilidade e bem-estar.
Essa onda contra o tabagismo pregada pelos mais diferenciados meios de comunicação me exclui cada vez mais dessa sociedade hipócrita e decadente que impõe àqueles atrasados mentais o que é bom ou ruim para suas próprias vidas.
Quem disse que quero parar de fumar? Quem disse que devo me privar de me sentir bem por ser vítima de um desprezível empinar de um nariz alheio ou pelo olhar de repúdio de um idiota qualquer.
Fique sabendo que fumar não é apenas um gesto banal que realizamos. É muito mais que isso. Um cigarro é o completar a satisfação da barriga cheia, é o deixar pingar a última gota de esperma depois de uma transa que durou horas, é o sentir-se bem numa tarde de domingo assistindo Faustão mesmo sabendo que temos uma prova na segunda pela manhã.
Meu pulmão não é mais o mesmo, e daí? Passamos toda a nossa vida inalando poluentes que nos faz tão mal quanto o cigarro.
O cigarro é responsável por inúmeros cânceres e mortes, e daí? As balas perdidas e os acidentes de trânsito matam mais que o cigarro.
Por que então colocar a culpa em um simples bastãozinho de papel e palha que faz qualquer alegria mais alegre e qualquer depressão mais teatral? Não vejo razão para me censurar.
E mesmo depois de 20 anos, se algum dia um médico me disser que tenho poucos meses de vida, a primeira coisa que farei será fumar um cigarro. Já que fui mais um idiota que acreditei na televisão e suas propagandas antitabagistas e quis satisfazer um capricho seu.
Beijos Mãe. Espero que esteja mais feliz agora, mesmo sabendo que meus prazeres não estão mais completos.

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